quinta-feira, 12 de julho de 2007

MAQUINAS E CICLO







TECNOLOGIA CANADENSE

Entrada de um dos oito pavilhões da Plast 06
Ocorreu debaixo de muita neve em Milão, de 14 a 18 de Fevereiro a 14ª Feira Internacional de Plásticos e Borracha PLAST 06, numa área de 65.545 m2, com 3.000 máquinas operando e 1551 exibidores de 50 países. De acordo com Claudio Celata, Gerente Geral da ASSOCOMAPLAST, que organiza a feira, a mesma oferece aos visitantes da matéria-prima ao produto final. O setor de máquinas para indústria plástica é o único em que a indústria italiana está no topo da classificação mundial, e este setor na Itália cresceu 3,2% em 2004, alcançando o valor total de 3,87 bilhões de euros, correspondendo a 13,4% da produção mundial. Segundo Riccardo Comerio, presidente da ASSOCOMAPLAST, o setor de máquinas para plástico na Itália é o segundo mais importante na classificação mundial, logo após a Alemanha, mas antes dos EUA, China e Japão, com 1,5 milhões de empregados, com uma produção para a Europa de 160 bilhões de euros/ano. A mostra apresentou de fabricantes de máquinas de processamento de plásticos e borrachas às matérias primas e aditivos, e fabricantes de produtos e componentes. Segundo Claudio Celata, é importante o uso de máquinas que reduzam o consumo de energia, e, por outro lado, também o reuso de plásticos através do reciclo de modo a reduzir o uso do plástico virgem. Quatro temas foram os principais nos diversos seminários ocorridos durante o evento: conservação de energia; nanotecnologias; reciclagem; e compatibilidade ambiental e sustentabilidade dos produtos plásticos. As exportações italianas de máquinas para plástico têm apresentado um crescimento de 2 a 3 % ao ano nos últimos 3 anos.
Vista aérea interna de um dos 8 pavilhões da feira
A ABIPLAST esteve presente, representada pelo Sr. Merheg Cachum, no estande que representava também a ABIQUIM, a ABIMAQ, e o SIRESP. De empresa brasileira só havia a Carnevalli, que tem participado de todas as edições da PLAST. Estavam também presentes, através dos seus representantes locais, as empresas Cromex, Nitriflex e Policarbonatos. Esta edição da PLAST’06 ocorreu simultaneamente à exposição IPACK-IMA, dedicada às tecnologias de embalagem. Esta modificação visou beneficiar os expositores e visitantes, que agora podem visitar as duas feiras simultaneamente. A próxima edição da Plast 2009 também será feita em conjunto com a IPACK-IMA na data de 10 a 14 de março de 2009.
À direita o Sr. Claudio Celata, Gerente Geral da ASSOCOMAPLAST, e à esquerda o Sr. Riccardo Comerio, presidente da ASSOCOMAPLAST, durante a coletiva de imprensa.
Seminário Inter-empresarial da Rede AL-INVEST III Segundo a senhora Dora Maria Peñaloza Yabur, diretora da ABCNET de Roma, Itália, empresa que organizou o evento, o objetivo do Seminário foi facilitar o intercâmbio empresarial entre as empresas da América Latina e da Europa, através de encontros setoriais para discussão de negócios. Segundo a senhora Francesca Arra, do INSME, a mesma equipe está também organizando uma Conferencia Internacional de Transferência de Tecnologia para PME, que ocorrerá de 24 a 26 de Abril, em Montevidéu, no Uruguai. Segundo ainda Alessandro Rami Navarrini, diretor da ABCNET, a rede AL-Invest está dividida em duas partes, sendo que a parte européia se chama COOPECO, e a parte Latino-americana, Eurocentros. O senhor Maurizio Queirazza, diretor do programa AL-Invest, explicou que o Brasil conta atualmente com 18 centros Eurocentros, e o projeto atual é atualmente o maior projeto já feito com a América Latina tendo a previsão de 600 subprojetos, atendendo 40.000 empresas beneficiadas, e com investimento de 52 milhões de Euros. Segundo a Câmara Italiana no Rio Grande do Sul, as empresas gaúchas Europlásticos, Plastrela, Plásticos Itália, Multisul, Anodilar e Autotravi participaram do evento.
P
Dois momentos do Seminário de Tecnologia AL-Invest III.


Empresas expositorasA seguir, uma visão de nosso correspondente sobre o que apresentaram, algumas empresas, na Feira italiana:
Jing DayA empresa Jing Day apresentou a Injetora de borracha JDR-3000, com capacidade de injetar 2,5 a 4,5 l, e com força de fechamento de 580 ton e tempo de ciclo de 2 a 10 minutos, e mesa de 0,70 x 0,85 m, injetando pneus de bicicleta, rodas de carrinho de supermercado, e autopeças. Apresentou também a termoformadora a vácuo JD-MU200 para produção de o’ rings e teclados de computador, com 200 ton de fechamento, e tempo de ciclo de 4-5 minutos, e mesa de 0,65 x 0,65 m.
RAMBALDI BabyplastProduz máquinas injetoras de hidráulica proporcional de pequeno porte horizontal 6/10 P e verticais 6/10V, que injetam de 0,01g a 15 g, com pressão de fechamento de 85 a 2650 ton. Estas máquinas são reguladas por microprocessadores que administram os movimentos, os tempos, as temperaturas, e as fases do ciclo de produção. Apresentou também a linha de módulos de injeção UAI10P para trabalhar diretamente no molde da outra injetora, evitando a compra de uma injetora de dupla injeção. Fabrica, além disso, moldes para suas próprias máquinas.
DEGAA empresa DEGA monta na Itália os robôs Biaxiais HRX de 50 t a 1200 ton da Harmo, e também os robôs antropomórficos Denso. Os robôs podem ser programados ou aprender pela repetição de movimentos. Todos os robôs apresentados são muito silenciosos sendo que um deles tocava diversas melodias num xilofone, e o outro também tocava varias melodias em uma flauta. Os robôs são totalmente elétricos e pneumáticos, e o controle funciona na própria maquina do robô, não necessitando de estação de controle remota.
Robô toca diversas melodias num xilofone, com uma baqueta.

Robô toca varias melodias em uma flauta, com um bico de ar.
MIRA Mir apresentou mais um de seus gigantescos modelos de injetoras, injetando belos bancos de jardins para duas ou três pessoas.

SagaA empresa SAGA realiza projetos e moldes nos setores automobilísticos, eletro-eletrônico, e utilidades domésticas. É capaz de produzir protótipos e moldes de silicones para modelos em pequenas quantidades.
MorettoA empresa Moretto há 25 anos no mercado, e o 5º maior produtor mundial de periféricos para plásticos. Apresentou nesta edição da Plast o X Drier, secador de umidade na pre-injecão, pré extrusão com grande redução do consumo de energia na secagem. Segundo seu presidente Renato Moretto, esperam alcançar a liderança mundial de secadores, devido às mudanças radicais implantadas no projeto desta máquina. Fornecem também plataformas, secadores, recipientes e resfriadores, bombas de vácuo, e exportam 70% da produção. (Continua em nossa próxima edição)
Vista do estande da Moretto à esquerda, ressaltando seus secadores.
RaimaA empresa Raima apresentou os modelos MCA, MCS, MCX, MCS2 de máquinas de solda termoplástica por ultra-som, placa quente para poliolefinas, solda por vibração para poliamidas, e por rotofricção para peças circulares, pistolas ultra-sonicas com modulação digital, e rebitação por impulso de calor.
TecnomagneteA empresa Tecnomagnete apresentou ímãs de neodímio que ela inventou e patenteou nos anos 70 e nos anos 90, para serem instalados em placas fixas e móveis de injetoras de 50 a 5500 ton para auxiliar a troca de rápida dos moldes, reduzindo o tempo de troca dos mesmos em até 60% ou mais para maquinas grandes. Além disso, diminui a deformidade do fechamento, que pode ocorrer no meio do molde. Conta com milhares de instalações no mundo inteiro.
Haitian EuropeA fabricante Ítalo Chinesa iniciou suas operações há 3 anos, e oferece máquinas de fabricação chinesa instaladas com componentes europeus das marcas Vickers, Controladores Rexroth, motores hidráulicos Gefran, e inversor ABB.Apresentou nesta edição da Plast os modelos HT650, HT300T, HT60T. HT650T. Produz máquinas de até 4000 ton. CC ElettronicaA empresa CC Elettronica fabrica sistemas eletrônicos de controle para molde, controles digitais de temperatura, controles seqüenciais de bicos valvulado, controle de condicionamento de molde e vazamento e também representa na Europa a Polimold de São Paulo, para sua linha de canais quentes. Representa, também na Europa, Oriente Médio e África do norte a empresa Garboni de Petrópolis, que é produtora de tampas de alimentos, bebidas, cosméticos, lubrificantes.
Estande da C.C. Elettronica S.R.I.
EurovitiA empresa Euroviti apresentou cilindros e roscas de injetoras e extrusoras mono e dupla rosca de 18 mm a 400 mm de diâmetro e de comprimentos até 10 metros com roscas paralelas ou cônicas e confeccionados com aços nitretados ou endurecidos ou com revestidos com Stellite ou Colmonoy.
BransonA empresa Branson apresentou diversos modelos de Solda Ultra-som, vibração dentre os quais o modelo 2000 AEMC Ultra-som digital 20, 30, 40 kHz, 800A e 400W e que também faz controle estatístico de processo.
AMUTA empresa AMUT apresentou sua Extrusora de perfis de dupla rosca BA76 (diâmetro de rosca em mm), equipada com porta-ferramenta de 4m de comprimento. Apresentou também a Extrusora de rosca simplex EA-75. Além disso, apresentou também uma cabeça co-extrusora para produção de tubos em cinco camadas para transporte de água quente. Além disso apresentou um termo formador off-line FFQ-900 de 50 ciclos/min capaz de trabalhar com PET/PS/PP/ PVC/PLA.
Termoformadora de 3 estações para PET-PS-PP-PVC-PLA
PrimacA fábrica italiana Primac produz linha de periféricos para produção de perfis de forros, tubos lisos e corrugados. A fábrica, no Brasil, esta localizada em Santo Amaro. A linha de periféricos compreende puxadores com duas lagartas, equipamentos automáticos em linha para soldar tubos corrugados, tanques e bancos de resfriamento de tubos corrugados, máquinas automáticas de fissurar e perfurar tubos corrugados, bancos de calibração para tubos.
TermostampiA empresa Termostampi produz há 30 anos moldes de termoformagem para embalagens, copos, potes, caixas de margarina, iogurte, para qualquer tipo de máquina de termoformagem. Estará presente na próxima Brasilplast 2007.
ISRA VISIONProduz sistemas de inspeção para filmes plásticos.
RigoApresentou instalações termoformadoras para produção de caixas de geladeiras, piso de Box, gabinetes de TV, e banheiras. No caso das banheiras, estas são injetadas em ABS, coextrudado em PMMA para dar maior brilho à banheira acabada no lado interno e com reforço de fibra de vidro na parte externa da banheira. Apresentou também termoformadoras inline de marca Milano para produção de embalagens, copos, potes, capazes de processar PS, PP, PET, PVC, OPS, BOPP produzindo 1500 unidades/hora.
Informou que suas extrusoras têm consumo de energia 20% menor que as concorrentes.
TecnomaticA empresa Tecnomatic apresentou, dentre outros, seu robô Xlargo 3AXU Eletricop com servo motor sem escova de 50 a 4000 ton, com programação guiada livre ou com auto-aprendizado dos movimentos manuais do operador. Apresentou um total de 12 modelos de robôs de tamanhos médios e compactos.
CORELCOFabrica plastic Netting, Redes de Aviso, e todos os outros tipos de redes plásticas.
Bausano (Brasil/Itália)Apresentou Extrusoras dupla rosca, e instalações de granulação e instalação para produção de tubos de PVC e de PP e linhas de perfis. Apresentou também a extrusora BIVITE + com diâmetro de 72 mm carregada para a produção de Polywood. Além disso, apresentou também a extrusora BIVITE + com diâmetro de 125 mm e com L/D = 1,30 para produção de grânulos, tubos e perfis. Na produção de Polywood pode processar pó de madeira nas seguintes proporções: para PVC, até 80% da mistura, e para PP, até 60/70% da mistura.
Fong KeeA empresa Fong Kee apresentou as sopradoras HBA 654/20 – SDGV com linha de extrusão e sopro portando cabeçote duplo, capaz de produzir galões de 5 litros para óleo lubrificante ao ritmo de 480 peças /hora consumindo 150 kg/h de resina.
SoremaA Sorema é uma divisão da empresa Previero que produz redutores de tamanho e moinhos para redução de granulometria. A Sorema se especializa em instalações de lavagem granulação, e densificação de PET de garrafa a garrafa, garrafa a fibra, e garrafa a chapa. Faz também tratamento da matéria pós-consumo, de filmes agrícolas, e de filmes stretch.
Produz também instalações chave na mão para reciclagem de garrafas, filmes, pré-lavagem, densificação, de extrusão, e de recuperação de plásticos heterogêneos.
CarnevalliA empresa Carnevalli apresentou a COEX Polaris 3PO1800 com duas extrusoras Polaris Magnum 60 e uma extrusora Polaris Magnum 75, operando LDPE 300E e Dowlex NG 5056.01G. Ela tem sistema de gerenciamento computadorizado e sistema de controle automático de espessura da matriz “Multipoint” e gaiola com hastes em fibras de carbono, de modo a não marcar o filme que está em produção. Depois de ser lançado na Plast 2006, serão lançados também na Brasilpack o sistema gerenciador e o sistema de controle automático.
Cibra NovaA empresa Cibra Nova apresentou seu modelo Guantestar para produção de luvas curtas de PE e PE-EVA. Produz 4300 a 4500 luvas/hora para os mercados médicos, cosmética, farmacêutica, que exigem um padrão de qualidade melhor que o requerido para o uso em supermercados. Tem diversas unidades instaladas em SC e SP.
TRIMECA empresa TRIMEC apresentou extrusora dupla rosca co-rotante para produção de 400 kg/h de masterbatch, preparação de concentrados de aditivos e cargas, e também para adicionar reforços com fibras de vidro, e de fibras de carbono, e líquidos. A nova geração de redutores com desempenho "high-torque", é capaz de girar as duas roscas até 800 Rpm.
Longinotti RecyclingFabrica as maquinas para produzir postes, bancos de jardim, paredes, assoalhos, e pallets em material plásticos reciclados.
MACCHIA empresa MACCHI apresentou sua extrusora COEXFLEX 3 que usa tecnologia sem redutor (gearless) com sistema de identificação de defeitos, que sinaliza automaticamente ao computador. Tem ainda instalado um sistema de ajuste automático com “cling free” que faz a medição da espessura do filme sem contato com o mesmo. Tem também proteção do balão feita de policarbonato, além de descarga automática da bobina e corte do filme em linha.
Extrusora COEXFLEX 3 da Macchi
Electronic SystemsA empresa Electronic Systems apresentou equipamento de medição e regulagem de espessura, peso, densidade, do PEAD, filme plástico soprado ou extrudado, borracha, não tecidos, papéis, PVC. Apresentou ainda também equipamentos para medição de defeitos. Podem ser instalados pelo processador diretamente ou pelo fabricante da máquina de extrusão.
MunchyApresentou sistema de reciclagem total do filme ao grão para recuperação de reciclos de produção. Pode recuperar rolos de filme fora de especificação, bem como do início e do final de produção. Pode processar de 40 a 2000 t/h de resina.
CMA ROBOTICSA empresa CMA ROBOTICS apresentou o robô antropomórfico Greensir que é capaz de fazer o reforço de fibra de vidro por spray de PU em banheiras. O Robô aprende com o treinamento depois de 3 ou 4 repetições.
RaschigA empresa Raschig GmbH de Ludwigshafen pertence à empresa PMC do empreendedor Americano Philip E. Kamins. Apresentou seus compostos de moldagem termorrígidos granulados como o MELOPLAS (Melamina/Melamina-Fenolico) para uso em engenharia elétrica, relés, chaves, quadros, caixas de fusíveis, manoplas de fornos, botões, e cabos de panela; AMPAL (Melamina-Poliéster) para uso em cinzeiros de carro, terminais de contato, soquetes de lâmpada, chaves ou caixas para termostatos; RALUPOL (Poliéster) para uso em ferros de passar, engenharia elétrica e eletrônica, terminais de contato. A Synres-Almoco bv é a subsidiária holandesa da Raschig que produz compostos de moldagem para indústria eletrotécnica e eletrônica assim como produtos especiais para uso em aviação civil e militar, mas também em automóveis, sistemas de telecomunicações ou computadores profissionais. A faixa de produtos abrange Epóxi Moulding Compounds, AMC (Alquídica), DAP (Di Allyl Phtalate), Compostos de Moldagem de Silicone, PIMC (Powder in Mould Coating). PPIMC é um pó baseado em poliéster usado em instalações robotizadas com pistola spray, para dar brilho em pias de cozinha, e tanques, e assentos de metrô feitos de SMC (Sheet Moulding Compounds) e BMC (Sheet Moulding Compounds).
Cossa PolimeriA empresa Cossa Polimeri apresentou seus filmes transpirantes para fraldas e adsorventes feitos de LLDPE e chamados de Estalene Breathable. Estes filmes foram desenvolvidos há 10 anos e têm a vantagem de provocar uma sensação de secura em contato com a pele. O teor de umidade no filme atinge apenas 120 PPM.
SER/EPICHEM A empresa SER/EPICHEM trabalha com os materiais PET/HDPE, PC, ABS, NORYL (PPO), PA6.6, reciclado, transformando-os em grânulos usados para fazer galões de gasolina capacetes de moto etc.
MatrecÉ um banco de dados da Assocomaplast que contém os produtores de matéria reciclada em todo o mundo. Mostra também matérias recicladas e suas características técnicas e fotografias. Além disso, contém tecnologia de reciclagem e tratamento. Curiosamente, até empresas brasileiras estão listadas, entre as quais uma empresa do Paraná chamada Amazonas World, de Londrina, PR.
SUPRESTAA empresa SUPRESTA apresentou linha completa de plastificantes e retardantes de chama para PVC, PU, HIPS, PET, ABS, PC, todos sem halogênio. Fabrica na Holanda toda a linha de produtos derivados de fósforo para plastificantes e retardantes de chama.
Kraiburg TPEA empresa Kraiburg TPE, líder mundial na fabricação de TPE à base de copolímeros estirênicos de blocos hidrogenado, recebeu o Prêmio Frost & Sullivan 2005 de P&D. O premio foi conferido para aplicações no campo dos esportes, devido à substituição de silicone por TPE Thermolast K, que é mais barato. Alguns tipos de TPE são injetados e fornecem 200 formulações diferentes de TPE.
Vista do Estande da Kraiburg
WackerA empresa Wacker apresentou seus novos agentes espumantes de silicone da linha Elastosil AUX BTB, que deve ser adicionado na proporção de 1 a 2 %.
NachmannA empresa Nachmann fabrica retardantes de chama sem halogênio para PE e PP.
Oferece também produtos de limpeza para limpar roscas de extrusão em mono e dupla rosca, grafite intumescente anti-chama, sílica microscópica anti-bloqueante, dissulfeto de molibdênio para lubrificação de Teflon. Representa também a empresa LAMIRSA, para agentes anti-bactericidas, anti-fungicidas e retardantes de chama.
NPCA equipe da empresa que tem a maior carteira de projetos petroquímicos em andamento no mundo, a Estatal NPC, National Petroleum Company of Iran, concedeu uma exclusivíssima entrevista ao correspondente do JORNAL DE PLÁSTICOS, Engo. José Ferreira, informando quantoao andamento dos projetos no País.
Estande da National Petroleum Company do Irã.

Olefinas 5 será um projeto de 500 KTA de eteno . Será localizado em Khargh e é um projeto Technip que partirá em 2008. Olefinas 6, que foi um projeto Linde de 520 KTA de eteno, e 158 KTA de propeno em Bandar Imam já partiu. Olefinas 7 que é um projeto Linde de 1100 KTA de eteno e 200 KTA de propeno, está localizado em Bandar Imam e parte em 2006. Olefinas 8, em Bandar Imam, que e um projeto ABB Lummus de 1000 KTA de eteno , parte em 2009. Olefinas 9, que é um projeto Technip de 1000 KTA em Assaluyeh iniciará a produção em 2006. Olefinas 10, que é um projeto Technip de 1320 KTA e 300 KTA de propeno em Assaluyeh, parte em 2006. Olefinas 11 é um projeto Linde de 2400 KTA de eteno com partida prevista para 2009 em Assaluyeh. Olefinas 13 de 490 KTA de eteno e 98 KTA de propeno será instalado em Ilam, com início de produção previsto para 2008, com tecnologia Stone & Webster. Olefinas 12 de 1900 KTA de eteno é de 845 KTA de propeno em Assaluyeh está em cotação internacional e estará produzindo em 2009. Olefinas 14 de 1200 KTA de eteno em Assaluyeh estão em cotação internacional sem previsão de produção. Está em construção também o gasoduto oeste de Etileno que abastecerá 14 outras novas fábricas de derivados.
Aromáticos 3 em Bandar Imam com tecnologia Krupp/Uhde, Sinopec, IFP já partiu, garantindo a capacidade instalada de 180 KTA de benzeno e 400 KTA de Para xileno, com produção do intermediário PTA para produção de 500 KTA de PET grau fibra, POY, e staple, e 310 KTA de PET grau garrafa. Aromáticos 4 em Assaluyeh com tecnologia IFP e Toray partirá em 2006. Olefinas 12 também produzirá 386 t/a de benzeno e196 t/a de Tolueno. A planta de produção de Linear Alquil Benzeno para produção de detergentes partiu em 2004 uma unidade de 50 KTA de LAB em Kermanshah com tecnologia IFP.
A produção de metanol também teve um acréscimo com a partida de Metanol 2 com mais 660 KTA em Kargh com tecnologia Lurghi, e com a partida de Metanol 3 com 1000KTA com tecnologia Haldor Topsoe em Bandar Iman. As plantas de Metanol 4 e Metanol 6 estão previstas para partir ambas em Assaluyeh, as duas com tecnologia Lurgi e capacidade de produção 1650 KTA e com previsão de partida para 2006 e 2007 respectivamente. Para 2008, está prevista a partida da nova unidade Metanol 5 de 1400 KTA em Assaluyeh com tecnologia Davy Powergas. A planta de Metanol 7 ainda está sem tecnologia definida, mas partirá em 2010, com capacidade de produção de 2600 KTA de metanol em Assaluyeh.FainplastA empresa Fainplast, com fábrica na Itália, produz retardantes de chama sem halogênio, e que são obrigatórios em alguns países como Alemanha, França, Espanha, e Suíça, para uso em PE, EVA para a indústria de cabos. Fabrica também compostos de PVC.
Cognis Oleochemicals A empresa Cognis Oleochemicals é uma joint venture 50% Cognis (ex-Henkel) e 50% Golden Hope da Malásia. Produz aditivos baseados em ésteres de óleo de palma para PVC, PE, PP, PMMC, PC, PA. Uma novidade lançada na feira são os aditivos para produção de compostos de plástico com fibra de madeira Edenol 9776 de molhamento e dispersão, e Loxiol 3581 lubrificante. Com o uso destes aditivos pode-se atingir na produção de compostos de plástico com fibra de madeira 75% da produção da extrusora com PVC puro. No Brasil está instalada a Oleoquímica do Brasil. A empresa é líder em lubrificantes, antifogging, e antiestáticos para qualquer tipo de plástico, especialmente orientada em oferecer soluções para melhoria de processos poliméricos e não apenas para oferta de aditivos.


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IMAGENS DA FEIRA DO PLÁSTICO















































































FEIRA INTERNACIONAL DO PLÁSTICO

Entrada de um dos oito pavilhões da Plast 06
Ocorreu debaixo de muita neve em Milão, de 14 a 18 de Fevereiro a 14ª Feira Internacional de Plásticos e Borracha PLAST 06, numa área de 65.545 m2, com 3.000 máquinas operando e 1551 exibidores de 50 países. De acordo com Claudio Celata, Gerente Geral da ASSOCOMAPLAST, que organiza a feira, a mesma oferece aos visitantes da matéria-prima ao produto final. O setor de máquinas para indústria plástica é o único em que a indústria italiana está no topo da classificação mundial, e este setor na Itália cresceu 3,2% em 2004, alcançando o valor total de 3,87 bilhões de euros, correspondendo a 13,4% da produção mundial. Segundo Riccardo Comerio, presidente da ASSOCOMAPLAST, o setor de máquinas para plástico na Itália é o segundo mais importante na classificação mundial, logo após a Alemanha, mas antes dos EUA, China e Japão, com 1,5 milhões de empregados, com uma produção para a Europa de 160 bilhões de euros/ano. A mostra apresentou de fabricantes de máquinas de processamento de plásticos e borrachas às matérias primas e aditivos, e fabricantes de produtos e componentes. Segundo Claudio Celata, é importante o uso de máquinas que reduzam o consumo de energia, e, por outro lado, também o reuso de plásticos através do reciclo de modo a reduzir o uso do plástico virgem. Quatro temas foram os principais nos diversos seminários ocorridos durante o evento: conservação de energia; nanotecnologias; reciclagem; e compatibilidade ambiental e sustentabilidade dos produtos plásticos. As exportações italianas de máquinas para plástico têm apresentado um crescimento de 2 a 3 % ao ano nos últimos 3 anos.
Vista aérea interna de um dos 8 pavilhões da feira
A ABIPLAST esteve presente, representada pelo Sr. Merheg Cachum, no estande que representava também a ABIQUIM, a ABIMAQ, e o SIRESP. De empresa brasileira só havia a Carnevalli, que tem participado de todas as edições da PLAST. Estavam também presentes, através dos seus representantes locais, as empresas Cromex, Nitriflex e Policarbonatos. Esta edição da PLAST’06 ocorreu simultaneamente à exposição IPACK-IMA, dedicada às tecnologias de embalagem. Esta modificação visou beneficiar os expositores e visitantes, que agora podem visitar as duas feiras simultaneamente. A próxima edição da Plast 2009 também será feita em conjunto com a IPACK-IMA na data de 10 a 14 de março de 2009.
À direita o Sr. Claudio Celata, Gerente Geral da ASSOCOMAPLAST, e à esquerda o Sr. Riccardo Comerio, presidente da ASSOCOMAPLAST, durante a coletiva de imprensa.
Seminário Inter-empresarial da Rede AL-INVEST III Segundo a senhora Dora Maria Peñaloza Yabur, diretora da ABCNET de Roma, Itália, empresa que organizou o evento, o objetivo do Seminário foi facilitar o intercâmbio empresarial entre as empresas da América Latina e da Europa, através de encontros setoriais para discussão de negócios. Segundo a senhora Francesca Arra, do INSME, a mesma equipe está também organizando uma Conferencia Internacional de Transferência de Tecnologia para PME, que ocorrerá de 24 a 26 de Abril, em Montevidéu, no Uruguai. Segundo ainda Alessandro Rami Navarrini, diretor da ABCNET, a rede AL-Invest está dividida em duas partes, sendo que a parte européia se chama COOPECO, e a parte Latino-americana, Eurocentros. O senhor Maurizio Queirazza, diretor do programa AL-Invest, explicou que o Brasil conta atualmente com 18 centros Eurocentros, e o projeto atual é atualmente o maior projeto já feito com a América Latina tendo a previsão de 600 subprojetos, atendendo 40.000 empresas beneficiadas, e com investimento de 52 milhões de Euros. Segundo a Câmara Italiana no Rio Grande do Sul, as empresas gaúchas Europlásticos, Plastrela, Plásticos Itália, Multisul, Anodilar e Autotravi participaram do evento.
P
Dois momentos do Seminário de Tecnologia AL-Invest III.


Empresas expositorasA seguir, uma visão de nosso correspondente sobre o que apresentaram, algumas empresas, na Feira italiana:
Jing DayA empresa Jing Day apresentou a Injetora de borracha JDR-3000, com capacidade de injetar 2,5 a 4,5 l, e com força de fechamento de 580 ton e tempo de ciclo de 2 a 10 minutos, e mesa de 0,70 x 0,85 m, injetando pneus de bicicleta, rodas de carrinho de supermercado, e autopeças. Apresentou também a termoformadora a vácuo JD-MU200 para produção de o’ rings e teclados de computador, com 200 ton de fechamento, e tempo de ciclo de 4-5 minutos, e mesa de 0,65 x 0,65 m.
RAMBALDI BabyplastProduz máquinas injetoras de hidráulica proporcional de pequeno porte horizontal 6/10 P e verticais 6/10V, que injetam de 0,01g a 15 g, com pressão de fechamento de 85 a 2650 ton. Estas máquinas são reguladas por microprocessadores que administram os movimentos, os tempos, as temperaturas, e as fases do ciclo de produção. Apresentou também a linha de módulos de injeção UAI10P para trabalhar diretamente no molde da outra injetora, evitando a compra de uma injetora de dupla injeção. Fabrica, além disso, moldes para suas próprias máquinas.
DEGAA empresa DEGA monta na Itália os robôs Biaxiais HRX de 50 t a 1200 ton da Harmo, e também os robôs antropomórficos Denso. Os robôs podem ser programados ou aprender pela repetição de movimentos. Todos os robôs apresentados são muito silenciosos sendo que um deles tocava diversas melodias num xilofone, e o outro também tocava varias melodias em uma flauta. Os robôs são totalmente elétricos e pneumáticos, e o controle funciona na própria maquina do robô, não necessitando de estação de controle remota.
Robô toca diversas melodias num xilofone, com uma baqueta.

Robô toca varias melodias em uma flauta, com um bico de ar.
MIRA Mir apresentou mais um de seus gigantescos modelos de injetoras, injetando belos bancos de jardins para duas ou três pessoas.

SagaA empresa SAGA realiza projetos e moldes nos setores automobilísticos, eletro-eletrônico, e utilidades domésticas. É capaz de produzir protótipos e moldes de silicones para modelos em pequenas quantidades.
MorettoA empresa Moretto há 25 anos no mercado, e o 5º maior produtor mundial de periféricos para plásticos. Apresentou nesta edição da Plast o X Drier, secador de umidade na pre-injecão, pré extrusão com grande redução do consumo de energia na secagem. Segundo seu presidente Renato Moretto, esperam alcançar a liderança mundial de secadores, devido às mudanças radicais implantadas no projeto desta máquina. Fornecem também plataformas, secadores, recipientes e resfriadores, bombas de vácuo, e exportam 70% da produção. (Continua em nossa próxima edição)
Vista do estande da Moretto à esquerda, ressaltando seus secadores.
RaimaA empresa Raima apresentou os modelos MCA, MCS, MCX, MCS2 de máquinas de solda termoplástica por ultra-som, placa quente para poliolefinas, solda por vibração para poliamidas, e por rotofricção para peças circulares, pistolas ultra-sonicas com modulação digital, e rebitação por impulso de calor.
TecnomagneteA empresa Tecnomagnete apresentou ímãs de neodímio que ela inventou e patenteou nos anos 70 e nos anos 90, para serem instalados em placas fixas e móveis de injetoras de 50 a 5500 ton para auxiliar a troca de rápida dos moldes, reduzindo o tempo de troca dos mesmos em até 60% ou mais para maquinas grandes. Além disso, diminui a deformidade do fechamento, que pode ocorrer no meio do molde. Conta com milhares de instalações no mundo inteiro.
Haitian EuropeA fabricante Ítalo Chinesa iniciou suas operações há 3 anos, e oferece máquinas de fabricação chinesa instaladas com componentes europeus das marcas Vickers, Controladores Rexroth, motores hidráulicos Gefran, e inversor ABB.Apresentou nesta edição da Plast os modelos HT650, HT300T, HT60T. HT650T. Produz máquinas de até 4000 ton. CC ElettronicaA empresa CC Elettronica fabrica sistemas eletrônicos de controle para molde, controles digitais de temperatura, controles seqüenciais de bicos valvulado, controle de condicionamento de molde e vazamento e também representa na Europa a Polimold de São Paulo, para sua linha de canais quentes. Representa, também na Europa, Oriente Médio e África do norte a empresa Garboni de Petrópolis, que é produtora de tampas de alimentos, bebidas, cosméticos, lubrificantes.
Estande da C.C. Elettronica S.R.I.
EurovitiA empresa Euroviti apresentou cilindros e roscas de injetoras e extrusoras mono e dupla rosca de 18 mm a 400 mm de diâmetro e de comprimentos até 10 metros com roscas paralelas ou cônicas e confeccionados com aços nitretados ou endurecidos ou com revestidos com Stellite ou Colmonoy.
BransonA empresa Branson apresentou diversos modelos de Solda Ultra-som, vibração dentre os quais o modelo 2000 AEMC Ultra-som digital 20, 30, 40 kHz, 800A e 400W e que também faz controle estatístico de processo.
AMUTA empresa AMUT apresentou sua Extrusora de perfis de dupla rosca BA76 (diâmetro de rosca em mm), equipada com porta-ferramenta de 4m de comprimento. Apresentou também a Extrusora de rosca simplex EA-75. Além disso, apresentou também uma cabeça co-extrusora para produção de tubos em cinco camadas para transporte de água quente. Além disso apresentou um termo formador off-line FFQ-900 de 50 ciclos/min capaz de trabalhar com PET/PS/PP/ PVC/PLA.
Termoformadora de 3 estações para PET-PS-PP-PVC-PLA
PrimacA fábrica italiana Primac produz linha de periféricos para produção de perfis de forros, tubos lisos e corrugados. A fábrica, no Brasil, esta localizada em Santo Amaro. A linha de periféricos compreende puxadores com duas lagartas, equipamentos automáticos em linha para soldar tubos corrugados, tanques e bancos de resfriamento de tubos corrugados, máquinas automáticas de fissurar e perfurar tubos corrugados, bancos de calibração para tubos.
TermostampiA empresa Termostampi produz há 30 anos moldes de termoformagem para embalagens, copos, potes, caixas de margarina, iogurte, para qualquer tipo de máquina de termoformagem. Estará presente na próxima Brasilplast 2007.
ISRA VISIONProduz sistemas de inspeção para filmes plásticos.
RigoApresentou instalações termoformadoras para produção de caixas de geladeiras, piso de Box, gabinetes de TV, e banheiras. No caso das banheiras, estas são injetadas em ABS, coextrudado em PMMA para dar maior brilho à banheira acabada no lado interno e com reforço de fibra de vidro na parte externa da banheira. Apresentou também termoformadoras inline de marca Milano para produção de embalagens, copos, potes, capazes de processar PS, PP, PET, PVC, OPS, BOPP produzindo 1500 unidades/hora.
Informou que suas extrusoras têm consumo de energia 20% menor que as concorrentes.
TecnomaticA empresa Tecnomatic apresentou, dentre outros, seu robô Xlargo 3AXU Eletricop com servo motor sem escova de 50 a 4000 ton, com programação guiada livre ou com auto-aprendizado dos movimentos manuais do operador. Apresentou um total de 12 modelos de robôs de tamanhos médios e compactos.
CORELCOFabrica plastic Netting, Redes de Aviso, e todos os outros tipos de redes plásticas.
Bausano (Brasil/Itália)Apresentou Extrusoras dupla rosca, e instalações de granulação e instalação para produção de tubos de PVC e de PP e linhas de perfis. Apresentou também a extrusora BIVITE + com diâmetro de 72 mm carregada para a produção de Polywood. Além disso, apresentou também a extrusora BIVITE + com diâmetro de 125 mm e com L/D = 1,30 para produção de grânulos, tubos e perfis. Na produção de Polywood pode processar pó de madeira nas seguintes proporções: para PVC, até 80% da mistura, e para PP, até 60/70% da mistura.
Fong KeeA empresa Fong Kee apresentou as sopradoras HBA 654/20 – SDGV com linha de extrusão e sopro portando cabeçote duplo, capaz de produzir galões de 5 litros para óleo lubrificante ao ritmo de 480 peças /hora consumindo 150 kg/h de resina.
SoremaA Sorema é uma divisão da empresa Previero que produz redutores de tamanho e moinhos para redução de granulometria. A Sorema se especializa em instalações de lavagem granulação, e densificação de PET de garrafa a garrafa, garrafa a fibra, e garrafa a chapa. Faz também tratamento da matéria pós-consumo, de filmes agrícolas, e de filmes stretch.
Produz também instalações chave na mão para reciclagem de garrafas, filmes, pré-lavagem, densificação, de extrusão, e de recuperação de plásticos heterogêneos.
CarnevalliA empresa Carnevalli apresentou a COEX Polaris 3PO1800 com duas extrusoras Polaris Magnum 60 e uma extrusora Polaris Magnum 75, operando LDPE 300E e Dowlex NG 5056.01G. Ela tem sistema de gerenciamento computadorizado e sistema de controle automático de espessura da matriz “Multipoint” e gaiola com hastes em fibras de carbono, de modo a não marcar o filme que está em produção. Depois de ser lançado na Plast 2006, serão lançados também na Brasilpack o sistema gerenciador e o sistema de controle automático.
Cibra NovaA empresa Cibra Nova apresentou seu modelo Guantestar para produção de luvas curtas de PE e PE-EVA. Produz 4300 a 4500 luvas/hora para os mercados médicos, cosmética, farmacêutica, que exigem um padrão de qualidade melhor que o requerido para o uso em supermercados. Tem diversas unidades instaladas em SC e SP.
TRIMECA empresa TRIMEC apresentou extrusora dupla rosca co-rotante para produção de 400 kg/h de masterbatch, preparação de concentrados de aditivos e cargas, e também para adicionar reforços com fibras de vidro, e de fibras de carbono, e líquidos. A nova geração de redutores com desempenho "high-torque", é capaz de girar as duas roscas até 800 Rpm.
Longinotti RecyclingFabrica as maquinas para produzir postes, bancos de jardim, paredes, assoalhos, e pallets em material plásticos reciclados.
MACCHIA empresa MACCHI apresentou sua extrusora COEXFLEX 3 que usa tecnologia sem redutor (gearless) com sistema de identificação de defeitos, que sinaliza automaticamente ao computador. Tem ainda instalado um sistema de ajuste automático com “cling free” que faz a medição da espessura do filme sem contato com o mesmo. Tem também proteção do balão feita de policarbonato, além de descarga automática da bobina e corte do filme em linha.
Extrusora COEXFLEX 3 da Macchi
Electronic SystemsA empresa Electronic Systems apresentou equipamento de medição e regulagem de espessura, peso, densidade, do PEAD, filme plástico soprado ou extrudado, borracha, não tecidos, papéis, PVC. Apresentou ainda também equipamentos para medição de defeitos. Podem ser instalados pelo processador diretamente ou pelo fabricante da máquina de extrusão.
MunchyApresentou sistema de reciclagem total do filme ao grão para recuperação de reciclos de produção. Pode recuperar rolos de filme fora de especificação, bem como do início e do final de produção. Pode processar de 40 a 2000 t/h de resina.
CMA ROBOTICSA empresa CMA ROBOTICS apresentou o robô antropomórfico Greensir que é capaz de fazer o reforço de fibra de vidro por spray de PU em banheiras. O Robô aprende com o treinamento depois de 3 ou 4 repetições.
RaschigA empresa Raschig GmbH de Ludwigshafen pertence à empresa PMC do empreendedor Americano Philip E. Kamins. Apresentou seus compostos de moldagem termorrígidos granulados como o MELOPLAS (Melamina/Melamina-Fenolico) para uso em engenharia elétrica, relés, chaves, quadros, caixas de fusíveis, manoplas de fornos, botões, e cabos de panela; AMPAL (Melamina-Poliéster) para uso em cinzeiros de carro, terminais de contato, soquetes de lâmpada, chaves ou caixas para termostatos; RALUPOL (Poliéster) para uso em ferros de passar, engenharia elétrica e eletrônica, terminais de contato. A Synres-Almoco bv é a subsidiária holandesa da Raschig que produz compostos de moldagem para indústria eletrotécnica e eletrônica assim como produtos especiais para uso em aviação civil e militar, mas também em automóveis, sistemas de telecomunicações ou computadores profissionais. A faixa de produtos abrange Epóxi Moulding Compounds, AMC (Alquídica), DAP (Di Allyl Phtalate), Compostos de Moldagem de Silicone, PIMC (Powder in Mould Coating). PPIMC é um pó baseado em poliéster usado em instalações robotizadas com pistola spray, para dar brilho em pias de cozinha, e tanques, e assentos de metrô feitos de SMC (Sheet Moulding Compounds) e BMC (Sheet Moulding Compounds).
Cossa PolimeriA empresa Cossa Polimeri apresentou seus filmes transpirantes para fraldas e adsorventes feitos de LLDPE e chamados de Estalene Breathable. Estes filmes foram desenvolvidos há 10 anos e têm a vantagem de provocar uma sensação de secura em contato com a pele. O teor de umidade no filme atinge apenas 120 PPM.
SER/EPICHEM A empresa SER/EPICHEM trabalha com os materiais PET/HDPE, PC, ABS, NORYL (PPO), PA6.6, reciclado, transformando-os em grânulos usados para fazer galões de gasolina capacetes de moto etc.
MatrecÉ um banco de dados da Assocomaplast que contém os produtores de matéria reciclada em todo o mundo. Mostra também matérias recicladas e suas características técnicas e fotografias. Além disso, contém tecnologia de reciclagem e tratamento. Curiosamente, até empresas brasileiras estão listadas, entre as quais uma empresa do Paraná chamada Amazonas World, de Londrina, PR.
SUPRESTAA empresa SUPRESTA apresentou linha completa de plastificantes e retardantes de chama para PVC, PU, HIPS, PET, ABS, PC, todos sem halogênio. Fabrica na Holanda toda a linha de produtos derivados de fósforo para plastificantes e retardantes de chama.
Kraiburg TPEA empresa Kraiburg TPE, líder mundial na fabricação de TPE à base de copolímeros estirênicos de blocos hidrogenado, recebeu o Prêmio Frost & Sullivan 2005 de P&D. O premio foi conferido para aplicações no campo dos esportes, devido à substituição de silicone por TPE Thermolast K, que é mais barato. Alguns tipos de TPE são injetados e fornecem 200 formulações diferentes de TPE.
Vista do Estande da Kraiburg
WackerA empresa Wacker apresentou seus novos agentes espumantes de silicone da linha Elastosil AUX BTB, que deve ser adicionado na proporção de 1 a 2 %.
NachmannA empresa Nachmann fabrica retardantes de chama sem halogênio para PE e PP.
Oferece também produtos de limpeza para limpar roscas de extrusão em mono e dupla rosca, grafite intumescente anti-chama, sílica microscópica anti-bloqueante, dissulfeto de molibdênio para lubrificação de Teflon. Representa também a empresa LAMIRSA, para agentes anti-bactericidas, anti-fungicidas e retardantes de chama.
NPCA equipe da empresa que tem a maior carteira de projetos petroquímicos em andamento no mundo, a Estatal NPC, National Petroleum Company of Iran, concedeu uma exclusivíssima entrevista ao correspondente do JORNAL DE PLÁSTICOS, Engo. José Ferreira, informando quantoao andamento dos projetos no País.
Estande da National Petroleum Company do Irã.

Olefinas 5 será um projeto de 500 KTA de eteno . Será localizado em Khargh e é um projeto Technip que partirá em 2008. Olefinas 6, que foi um projeto Linde de 520 KTA de eteno, e 158 KTA de propeno em Bandar Imam já partiu. Olefinas 7 que é um projeto Linde de 1100 KTA de eteno e 200 KTA de propeno, está localizado em Bandar Imam e parte em 2006. Olefinas 8, em Bandar Imam, que e um projeto ABB Lummus de 1000 KTA de eteno , parte em 2009. Olefinas 9, que é um projeto Technip de 1000 KTA em Assaluyeh iniciará a produção em 2006. Olefinas 10, que é um projeto Technip de 1320 KTA e 300 KTA de propeno em Assaluyeh, parte em 2006. Olefinas 11 é um projeto Linde de 2400 KTA de eteno com partida prevista para 2009 em Assaluyeh. Olefinas 13 de 490 KTA de eteno e 98 KTA de propeno será instalado em Ilam, com início de produção previsto para 2008, com tecnologia Stone & Webster. Olefinas 12 de 1900 KTA de eteno é de 845 KTA de propeno em Assaluyeh está em cotação internacional e estará produzindo em 2009. Olefinas 14 de 1200 KTA de eteno em Assaluyeh estão em cotação internacional sem previsão de produção. Está em construção também o gasoduto oeste de Etileno que abastecerá 14 outras novas fábricas de derivados.
Aromáticos 3 em Bandar Imam com tecnologia Krupp/Uhde, Sinopec, IFP já partiu, garantindo a capacidade instalada de 180 KTA de benzeno e 400 KTA de Para xileno, com produção do intermediário PTA para produção de 500 KTA de PET grau fibra, POY, e staple, e 310 KTA de PET grau garrafa. Aromáticos 4 em Assaluyeh com tecnologia IFP e Toray partirá em 2006. Olefinas 12 também produzirá 386 t/a de benzeno e196 t/a de Tolueno. A planta de produção de Linear Alquil Benzeno para produção de detergentes partiu em 2004 uma unidade de 50 KTA de LAB em Kermanshah com tecnologia IFP.
A produção de metanol também teve um acréscimo com a partida de Metanol 2 com mais 660 KTA em Kargh com tecnologia Lurghi, e com a partida de Metanol 3 com 1000KTA com tecnologia Haldor Topsoe em Bandar Iman. As plantas de Metanol 4 e Metanol 6 estão previstas para partir ambas em Assaluyeh, as duas com tecnologia Lurgi e capacidade de produção 1650 KTA e com previsão de partida para 2006 e 2007 respectivamente. Para 2008, está prevista a partida da nova unidade Metanol 5 de 1400 KTA em Assaluyeh com tecnologia Davy Powergas. A planta de Metanol 7 ainda está sem tecnologia definida, mas partirá em 2010, com capacidade de produção de 2600 KTA de metanol em Assaluyeh.FainplastA empresa Fainplast, com fábrica na Itália, produz retardantes de chama sem halogênio, e que são obrigatórios em alguns países como Alemanha, França, Espanha, e Suíça, para uso em PE, EVA para a indústria de cabos. Fabrica também compostos de PVC.
Cognis Oleochemicals A empresa Cognis Oleochemicals é uma joint venture 50% Cognis (ex-Henkel) e 50% Golden Hope da Malásia. Produz aditivos baseados em ésteres de óleo de palma para PVC, PE, PP, PMMC, PC, PA. Uma novidade lançada na feira são os aditivos para produção de compostos de plástico com fibra de madeira Edenol 9776 de molhamento e dispersão, e Loxiol 3581 lubrificante. Com o uso destes aditivos pode-se atingir na produção de compostos de plástico com fibra de madeira 75% da produção da extrusora com PVC puro. No Brasil está instalada a Oleoquímica do Brasil. A empresa é líder em lubrificantes, antifogging, e antiestáticos para qualquer tipo de plástico, especialmente orientada em oferecer soluções para melhoria de processos poliméricos e não apenas para oferta de aditivos.


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OS BILHOES PERDIDO NO MES

S0BRA LIXO E FALTA ENERGIA ELÉTRICA:
O PROBLEMA PODE SER A SOLUÇÃO
Sabetai Calderoni *
Todos reconhecem que a escassez de energia elétrica e a falta de áreas adequadas para a disposição final dos resíduos constituem-se em dois dos mais graves problemas com que se defronta o Brasil atualmente. Felizmente, existe já a possibilidade de se resolver esses dois problemas com uma única solução: a produção de energia elétrica a partir de resíduos.O risco de racionamento de energia no país tem sido discutido pelos especialistas e, embora não haja um total consenso sobre esta questão, numerosos trabalhos publicados recentemente alertam para o perigo de sofrermos restrições no fornecimento de energia, possivelmente já em 2001, sobretudo com a confirmação da retomada do crescimento econômico a taxas da ordem de 4% ao ano.Por outro lado, acentua-se a crise referente à falta de Aterros Sanitários, especialmente nos centros urbanos de maior porte. No caso do município de São Paulo, por exemplo, os dois únicos Aterros remanescentes estão em vias de terem suas áreas totalmente saturadas a curto prazo, não havendo na cidade outras áreas disponíveis ou licenciáveis para a implantação de novos Aterros.
A produção de energia elétrica a partir do lixo
A produção de energia elétrica era monopólio estatal até bem pouco tempo no Brasil. As recentes mudanças institucionais introduzidas no setor elétrico, com a criação da ANEEL e a instituição do Mercado Atacadista de Energia (MAE) deram origem a um novo modelo.Na esteira das alterações normativas, finalmente, a partir de julho de 2000, já é permitido a qualquer empresa produzir energia e vendê-la, a qualquer consumidor, desde que seja de ao menos 3 MW a potência instalada correspondente à energia comercializada.O transporte da energia foi também alvo de nova regulação, não havendo mais obstáculos à sua contratação, a qual deve seguir uma tabela de preços já estabelecida.Com esse novo modelo institucional do setor elétrico, tornou-se possível a produção de energia elétrica a partir do lixo com o envolvimento da iniciativa privada e passaram a ser viáveis parcerias entre empresas e prefeituras.E é muito significativa a contribuição que essa nova forma de se gerar energia pode trazer. De fato, cada 200 ton/dia da fração orgânica dos resíduos sólidos domiciliares permitem a implantação de uma Usina Termelétrica com a potência de 3 MW, capaz de atender uma população de 30 mil habitantes. Isso quer dizer que, se a fração orgânica (60%) de todo o lixo domiciliar brasileiro, que é da ordem de 120.000 ton/dia, fosse utilizada para produzir energia elétrica, poderíamos implantar Usinas Termelétricas com potência significativa, cujo valor seria apreciável.Para as indústrias, haveria um tríplice ganho: poderiam contar com uma fonte adicional e permanente de suprimento de energia, tendo, potencialmente, uma alternativa adicional para a disposição dos resíduos não perigosos que geram, além dos ganhos econômicos decorrentes dessa nova forma de geração de energia e disposição de resíduos.Para os municípios, a economia seria muito grande. Seus gastos com a implantação e a operação de aterros sanitários seriam quase inteiramente evitados. Além disso, seriam reduzidas as distâncias percorridas pelos caminhões de coleta, outra forma importante de se economizar e, ao mesmo tempo, melhorar o tráfego urbano. E tudo isso, sem a necessidade de investimentos por parte das Prefeituras, uma vez que tudo poderia ser feito através de terceirização, pela concessão dos serviços a empresas.As combalidas finanças dos municípios já não suportam mais a pressão que os gastos com a coleta e a disposição de resíduos representam: entre 5% e 12 % da arrecadação das prefeituras é utilizada para esse fim, montante freqüentemente superior à sua capacidade de investimento.Por isso, é especialmente auspicioso o fato de que o retorno proporcionado pela exploração do lixo é tão expressivo que chega a ser suficiente para aguçar o interesse do setor privado. Os investimentos ficariam a cargo dos empresários, os quais poderiam se beneficiar da possibilidade de vender a energia elétrica gerada e adubo de excelente qualidade, além de poderem cobrar uma taxa pela recepção do lixo – desde que em montante inferior à economia que estivessem proporcionando às finanças municipais.Ademais, as vantagens sociais são inequívocas. Além da geração de empregos, crianças e adultos que buscam retirar dos lixões meios para subsistir, trabalhando em condições subumanas, poderão passar a integrar cooperativas voltadas para uma atuação organizada e regular em Centrais de Reciclagem Integral de Resíduos.
Tecnologias: Incineração vs. Processos Biológicos
As tecnologias disponíveis não são tão recentes assim, mas só agora vão poder ser adotadas no Brasil. Nos Estados Unidos, na Europa e no Japão já foram implantadas Usinas Termelétricas alimentadas por resíduos, notadamente a partir dos anos 80. Essas tecnologias, embora já se mostrem economicamente viáveis, em muitos casos apresentaram problemas ambientais.A incineração e o processamento biológico são, essencialmente, as duas formas adotadas para se produzir energia elétrica com a quase total eliminação da necessidade de aterros sanitários.A incineração é um modo ambientalmente mais arriscado de resolver o problema. Isso porque resulta na emissão de dioxinas e furanos, gases potencialmente perigosos para a saúde humana, e que, suspeita-se, poderiam induzir até o câncer.É bem verdade que foram desenvolvidos nos últimos anos sistemas de filtros capazes de reduzir substancialmente esse risco. A tal ponto que até a Alemanha, país tido como talvez o mais rigoroso em matéria de controle ambiental, chegou a conceder licença para o funcionamento de número significativo de incineradores. Mesmo assim, em vários países como Suécia, Canadá, Bélgica e Holanda foram fechados alguns deles em função dos riscos que apresentam.Além disso, há também o problema de que acarretam uma perda de matéria orgânica, algo sempre contra-indicado como prática ambientalmente sustentável.Não se pode esquecer, por fim, de que os incineradores tendem a agravar o efeito estufa, perigo ao qual o mundo está cada vez mais atento.De um modo geral, os processos biológicos são mais viáveis economicamente e não agridem a natureza. Esta tecnologia faz com que os resíduos orgânicos, através da compostagem, se transformem em adubo orgânico, o qual, se adequadamente processado, pode ter alta qualidade. Ao mesmo tempo, é produzido metano suficiente para gerar energia elétrica em quantidade apreciável, com produtividade similar à dos incineradores, e ainda com grandes vantagens ambientais.Tais vantagens decorrem do aproveitamento integral da matéria orgânica sem a emissão de dioxinas e furanos, os gases perigosos para a saúde do homem. Além disso, os processos biológicos contribuem para evitar o agravamento do efeito estufa.Outro ganho energético interessante reside na possibilidade de armazenamento do metano para geração de energia elétrica preferencialmente nos horários de pico, o que aumenta ainda mais os ganhos econômicos.Os processos biológicos permitem, assim, a venda de energia e adubo sem que a natureza perca matéria orgânica e tornam possível às Prefeituras a quase eliminação da necessidade de aterros sanitários.Além do mais, uma pré-seleção do lixo urbano poderia permitir a retirada de latas de alumínio e aço, papel, papelão, vidro e plástico, os quais também tem um valor econômico. Outro ganho importante seria a geração de empregos na triagem desses materiais, com o uso de equipamentos de baixo custo, como esteiras e prensas.Em conclusão, os processo biológicos são via de regra preferíveis, devendo os incineradores ser adotados apenas em casos muito extremos, sob rígido controle e quando as situações locais o exigirem, em função, por exemplo, de uma grande dificuldade de aproveitamento do adubo orgânico gerado.
A reciclagem do lixo é economicamente viável?
Há ainda quem duvide de que a reciclagem do lixo seja, de fato, economicamente viável, tanto no que se refere à fração orgânica (restos de comida etc), como à fração seca (plásticos, papel, metais, vidro etc). Mas os fatos parecem demonstrar o contrario.As 120.000 t / dia de lixo produzidas no Brasil, sendo cerca de 72.000 t / dia (60%) de lixo orgânico, permitiriam a implantação de um parque gerador com a potência instalada de 1.080 MW, capaz de permitir aos municípios uma economia da ordem de R$ 1 bilhão por ano e de mais cerca de R$ 500 milhões de custos evitados de disposição final em Aterros Sanitários. A economia seria, portanto, de R$ 1, 5 bilhão / ano para o país como um todo.Mas e a economia que se poderia obter a partir da fração seca? A esse respeito, em livro por nós recentemente publicado, denominado "Os Bilhões Perdidos no Lixo" (Ed. Humanitas, 1999, 3ª ed), as conclusões são de que, tanto para o Brasil, como para o município de São Paulo, a economia seria também de bilhões. Isto é ilustrado pelo quadro a seguir apresentado, o qual permite uma visão em maior profundidade dos resultados encontrados para o Brasil:
Quadro 3
BRASIL
ECONOMIA RESULTANTE DA RECICLAGEM DO LIXO
em R$ milhões de setembro de 1996 (R$ 1=U$1)
ECONOMIA
G
=
V
-V
-C
+W
+M
+H
+A
Ganho
=
Venda de recicláveis
Venda de recicláveis
Custo da Reciclagem
EconomiadeEnergia
Economia deMatéria Prima
Economia de Recursos Hídricos
Economia de Custos Ambientais
POSSÍVEL
5.835,9
=
1.273,3
-1.273,3
-382,0
1.338,9
4.170,7
704,0
4,5
OBTIDA
1.191,6
=
363,3
-363,3
-109,0
340,3
735,6
223,9
0,8
PERDIDA
4.644,5
=
744,4
-744,4
-273,0
998,6
3.435,1
480,1
3,7
Fonte: Sabetai Calderoni, "Os Bilhões Perdidos no Lixo", Ed. Humanitas, 1997, Capítulo 15, Quadro 15.18, Quadro 15.19 e Quadro 15.20, pp. 284 a 286.
Desse quadro depreende-se que a economia possível através da reciclagem do lixo no Brasil pode ser estimada em, ao menos, R$ 5,8 bilhões. Deste total, foi obtida economia de R$ 1,2 bilhões, tendo sido perdidos, pela não reciclagem, R$ 4,6 bilhões.A economia de matéria-prima constitui o principal fator de economia, respondendo por 71% do total possível e 62% do obtido através da reciclagem. O segundo fator em valor é a economia de energia elétrica, contribuindo com 23% do total possível e 29% do obtido.O papel é o reciclável de maior peso, seja na economia possível (38%), seja na obtida (60%), ou na perdida (33%). Segue-se o plástico, cuja contribuição alcança 57% da economia possível e 33% da obtida. Essas variações entre o papel e o plástico devem-se, em grande parte, ao maior índice de reciclagem alcançada pelo primeiro.O maior item singular de economia possível é a matéria-prima do plástico; no que se refere à economia obtida, a economia de matéria-prima e de energia proporcionadas pela reciclagem do papel são os itens de maior expressão.Deve-se lembrar, contudo, que neste estudo a medida da economia de água e da redução dos custos ambientais não chegou a abranger a totalidade dos ganhos efetivamente alcançados, nem foram calculados para o Brasil os custos evitados pelas Prefeituras, dada a indisponibilidade das informações requeridas.Cumpre enfatizar que os resultados ora apresentados constituem apenas uma ordem de grandeza, subestimada, dos ganhos que a reciclagem do lixo pode proporcionar sob o ponto de vista do conjunto da sociedade.Tendo em vista esses dados, para se ter uma idéia mais completa da questão, vale a pena resumir as principais conclusões desse trabalho e oferecer uma visão de conjunto dos resultados mais importantes que as informações coligidas e as análises realizadas permitiram alcançar:
A COLETA SELETIVA, NO CONTEXTO DO PROCESSO DE RECICLAGEM DO LIXO, É ECONOMICAMENTE VIÁVEL NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO E NO BRASIL. NÃO RECICLAR SIGNIFICA DEIXAR DE AUFERIR RENDIMENTOS DA ORDEM DE BILHÕES DE REAIS TODOS OS ANOS.
A cada tonelada de lixo domiciliar (reciclável) que se deixa de reciclar no município de São Paulo, deixa-se de auferir um ganho da ordem de R$ 712. No total, estima-se que a perda anual seja de R$ 791 milhões (para as 1.112 mil t/ano de recicláveis descarregados nos Aterros Sanitários). No Brasil, deixa-se de obter cerca de R$ 4,6 bilhões anuais pela parte do lixo domiciliar que não é reciclada .
A COLETA SELETIVA PODERIA SER PRATICADA NO MUNICÍPIO, COM GRANDE PROVEITO PARA TODOS OS AGENTES.
O mercado de recicláveis pode auferir cerca de R$ 135 por tonelada, valor com o qual são já remunerados todos os sucateiros, carrinheiros e catadores e também são cobertos todos os gastos com transporte, armazenagem e processamento dos recicláveis. Os custos que a reciclagem evita para a Prefeitura com a coleta, transporte, transbordo e disposição final do lixo são de quase R$ 50 por tonelada. A coleta seletiva permitiria a obtenção de produtos recicláveis com menor grau de impurezas, o que elevaria o seu valor de mercado. Para implementá-la, a Prefeitura precisaria organizar-se com grau de eficiência semelhante ao vigente no mercado, ou poderia, alternativamente, terceirizar os serviços .
O PAPEL DESEMPENHADO PELO ESTADO, COM RELAÇÃO À COLETA SELETIVA E A TODO O PROCESSO DE RECICLAGEM É DE AUSÊNCIA E OMISSÃO, NAS TRÊS ESFERAS DE PODER
Observou-se que a reciclagem do lixo não vem sendo contemplada por nenhuma das três esferas de poder enquanto objeto de políticas públicas. A causa pode estar na falta de informação técnica, na pressão das demais questões que pesam sobre a agenda política, nas dificuldades de aparelhamento administrativo e, sobretudo, na ausência de pressão por parte dos segmentos interessados na manutenção do status quo. A conseqüência é que o governo está deixando de estimular atividade de grande potencial para a promoção do desenvolvimento, em termos de geração de renda, emprego , equilíbrio ambiental e qualidade de vida da população como um todo. Impõe-se, nesse sentido, a urgente instituição de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, articulada a políticas estaduais e municipais correspondentes.
A RECICLAGEM DO LIXO CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, EM ESPECIAL PARA O DESENVOLVIMENTO ECONOMICAMENTE SUSTENTÁVEL
Os fatores que tornam a reciclagem do lixo economicamente viável convergem, todos eles, para a proteção ambiental e a sustentabilidade do desenvolvimento, pois referem-se à economia de energia, à economia de matérias-primas, à economia de água e à redução da poluição do subsolo, do solo, da água e do ar. E convergem também para a promoção de uma forma de desenvolvimento economicamente sustentável e socialmente sustentável, pois envolvem ganhos econômicos para a sociedade como um todo.
RECOMENDA-SE A ADOÇÃO DE ABORDAGEM MACROECONÔMICA E MACROESPACIAL PARA A AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA RECICLAGEM DO LIXO.
A literatura referente à avaliação da viabilidade econômica da reciclagem tem sido desenvolvida seguindo uma abordagem microeconômica. Ao mesmo tempo, os geógrafos têm se inclinado por abordagens de cunho intra-urbano, ou quando muito urbano. Embora tais abordagens sejam necessárias, recomenda-se, no presente estudo, a adoção de um enfoque macroeconômico e macroespacial, de sorte a poderem-se dele derivar resultados e aplicações como os ora sugeridos.
*Sabetai Calderoni é Doutor em Ciências pela USP (FFLCH), pós-graduado em Planejamento pela Universidade de Edimburgo (Grã-Bretanha) e autor do livro "Os Bilhões Perdidos no Lixo" (Ed. Humanitas, 1999, 3ª ed.).

Sobra Lixo e falta energia eletrica

S0BRA LIXO E FALTA ENERGIA ELÉTRICA:
O PROBLEMA PODE SER A SOLUÇÃO
Sabetai Calderoni *
Todos reconhecem que a escassez de energia elétrica e a falta de áreas adequadas para a disposição final dos resíduos constituem-se em dois dos mais graves problemas com que se defronta o Brasil atualmente. Felizmente, existe já a possibilidade de se resolver esses dois problemas com uma única solução: a produção de energia elétrica a partir de resíduos.O risco de racionamento de energia no país tem sido discutido pelos especialistas e, embora não haja um total consenso sobre esta questão, numerosos trabalhos publicados recentemente alertam para o perigo de sofrermos restrições no fornecimento de energia, possivelmente já em 2001, sobretudo com a confirmação da retomada do crescimento econômico a taxas da ordem de 4% ao ano.Por outro lado, acentua-se a crise referente à falta de Aterros Sanitários, especialmente nos centros urbanos de maior porte. No caso do município de São Paulo, por exemplo, os dois únicos Aterros remanescentes estão em vias de terem suas áreas totalmente saturadas a curto prazo, não havendo na cidade outras áreas disponíveis ou licenciáveis para a implantação de novos Aterros.
A produção de energia elétrica a partir do lixo
A produção de energia elétrica era monopólio estatal até bem pouco tempo no Brasil. As recentes mudanças institucionais introduzidas no setor elétrico, com a criação da ANEEL e a instituição do Mercado Atacadista de Energia (MAE) deram origem a um novo modelo.Na esteira das alterações normativas, finalmente, a partir de julho de 2000, já é permitido a qualquer empresa produzir energia e vendê-la, a qualquer consumidor, desde que seja de ao menos 3 MW a potência instalada correspondente à energia comercializada.O transporte da energia foi também alvo de nova regulação, não havendo mais obstáculos à sua contratação, a qual deve seguir uma tabela de preços já estabelecida.Com esse novo modelo institucional do setor elétrico, tornou-se possível a produção de energia elétrica a partir do lixo com o envolvimento da iniciativa privada e passaram a ser viáveis parcerias entre empresas e prefeituras.E é muito significativa a contribuição que essa nova forma de se gerar energia pode trazer. De fato, cada 200 ton/dia da fração orgânica dos resíduos sólidos domiciliares permitem a implantação de uma Usina Termelétrica com a potência de 3 MW, capaz de atender uma população de 30 mil habitantes. Isso quer dizer que, se a fração orgânica (60%) de todo o lixo domiciliar brasileiro, que é da ordem de 120.000 ton/dia, fosse utilizada para produzir energia elétrica, poderíamos implantar Usinas Termelétricas com potência significativa, cujo valor seria apreciável.Para as indústrias, haveria um tríplice ganho: poderiam contar com uma fonte adicional e permanente de suprimento de energia, tendo, potencialmente, uma alternativa adicional para a disposição dos resíduos não perigosos que geram, além dos ganhos econômicos decorrentes dessa nova forma de geração de energia e disposição de resíduos.Para os municípios, a economia seria muito grande. Seus gastos com a implantação e a operação de aterros sanitários seriam quase inteiramente evitados. Além disso, seriam reduzidas as distâncias percorridas pelos caminhões de coleta, outra forma importante de se economizar e, ao mesmo tempo, melhorar o tráfego urbano. E tudo isso, sem a necessidade de investimentos por parte das Prefeituras, uma vez que tudo poderia ser feito através de terceirização, pela concessão dos serviços a empresas.As combalidas finanças dos municípios já não suportam mais a pressão que os gastos com a coleta e a disposição de resíduos representam: entre 5% e 12 % da arrecadação das prefeituras é utilizada para esse fim, montante freqüentemente superior à sua capacidade de investimento.Por isso, é especialmente auspicioso o fato de que o retorno proporcionado pela exploração do lixo é tão expressivo que chega a ser suficiente para aguçar o interesse do setor privado. Os investimentos ficariam a cargo dos empresários, os quais poderiam se beneficiar da possibilidade de vender a energia elétrica gerada e adubo de excelente qualidade, além de poderem cobrar uma taxa pela recepção do lixo – desde que em montante inferior à economia que estivessem proporcionando às finanças municipais.Ademais, as vantagens sociais são inequívocas. Além da geração de empregos, crianças e adultos que buscam retirar dos lixões meios para subsistir, trabalhando em condições subumanas, poderão passar a integrar cooperativas voltadas para uma atuação organizada e regular em Centrais de Reciclagem Integral de Resíduos.
Tecnologias: Incineração vs. Processos Biológicos
As tecnologias disponíveis não são tão recentes assim, mas só agora vão poder ser adotadas no Brasil. Nos Estados Unidos, na Europa e no Japão já foram implantadas Usinas Termelétricas alimentadas por resíduos, notadamente a partir dos anos 80. Essas tecnologias, embora já se mostrem economicamente viáveis, em muitos casos apresentaram problemas ambientais.A incineração e o processamento biológico são, essencialmente, as duas formas adotadas para se produzir energia elétrica com a quase total eliminação da necessidade de aterros sanitários.A incineração é um modo ambientalmente mais arriscado de resolver o problema. Isso porque resulta na emissão de dioxinas e furanos, gases potencialmente perigosos para a saúde humana, e que, suspeita-se, poderiam induzir até o câncer.É bem verdade que foram desenvolvidos nos últimos anos sistemas de filtros capazes de reduzir substancialmente esse risco. A tal ponto que até a Alemanha, país tido como talvez o mais rigoroso em matéria de controle ambiental, chegou a conceder licença para o funcionamento de número significativo de incineradores. Mesmo assim, em vários países como Suécia, Canadá, Bélgica e Holanda foram fechados alguns deles em função dos riscos que apresentam.Além disso, há também o problema de que acarretam uma perda de matéria orgânica, algo sempre contra-indicado como prática ambientalmente sustentável.Não se pode esquecer, por fim, de que os incineradores tendem a agravar o efeito estufa, perigo ao qual o mundo está cada vez mais atento.De um modo geral, os processos biológicos são mais viáveis economicamente e não agridem a natureza. Esta tecnologia faz com que os resíduos orgânicos, através da compostagem, se transformem em adubo orgânico, o qual, se adequadamente processado, pode ter alta qualidade. Ao mesmo tempo, é produzido metano suficiente para gerar energia elétrica em quantidade apreciável, com produtividade similar à dos incineradores, e ainda com grandes vantagens ambientais.Tais vantagens decorrem do aproveitamento integral da matéria orgânica sem a emissão de dioxinas e furanos, os gases perigosos para a saúde do homem. Além disso, os processos biológicos contribuem para evitar o agravamento do efeito estufa.Outro ganho energético interessante reside na possibilidade de armazenamento do metano para geração de energia elétrica preferencialmente nos horários de pico, o que aumenta ainda mais os ganhos econômicos.Os processos biológicos permitem, assim, a venda de energia e adubo sem que a natureza perca matéria orgânica e tornam possível às Prefeituras a quase eliminação da necessidade de aterros sanitários.Além do mais, uma pré-seleção do lixo urbano poderia permitir a retirada de latas de alumínio e aço, papel, papelão, vidro e plástico, os quais também tem um valor econômico. Outro ganho importante seria a geração de empregos na triagem desses materiais, com o uso de equipamentos de baixo custo, como esteiras e prensas.Em conclusão, os processo biológicos são via de regra preferíveis, devendo os incineradores ser adotados apenas em casos muito extremos, sob rígido controle e quando as situações locais o exigirem, em função, por exemplo, de uma grande dificuldade de aproveitamento do adubo orgânico gerado.
A reciclagem do lixo é economicamente viável?
Há ainda quem duvide de que a reciclagem do lixo seja, de fato, economicamente viável, tanto no que se refere à fração orgânica (restos de comida etc), como à fração seca (plásticos, papel, metais, vidro etc). Mas os fatos parecem demonstrar o contrario.As 120.000 t / dia de lixo produzidas no Brasil, sendo cerca de 72.000 t / dia (60%) de lixo orgânico, permitiriam a implantação de um parque gerador com a potência instalada de 1.080 MW, capaz de permitir aos municípios uma economia da ordem de R$ 1 bilhão por ano e de mais cerca de R$ 500 milhões de custos evitados de disposição final em Aterros Sanitários. A economia seria, portanto, de R$ 1, 5 bilhão / ano para o país como um todo.Mas e a economia que se poderia obter a partir da fração seca? A esse respeito, em livro por nós recentemente publicado, denominado "Os Bilhões Perdidos no Lixo" (Ed. Humanitas, 1999, 3ª ed), as conclusões são de que, tanto para o Brasil, como para o município de São Paulo, a economia seria também de bilhões. Isto é ilustrado pelo quadro a seguir apresentado, o qual permite uma visão em maior profundidade dos resultados encontrados para o Brasil:
Quadro 3
BRASIL
ECONOMIA RESULTANTE DA RECICLAGEM DO LIXO
em R$ milhões de setembro de 1996 (R$ 1=U$1)
ECONOMIA
G
=
V
-V
-C
+W
+M
+H
+A
Ganho
=
Venda de recicláveis
Venda de recicláveis
Custo da Reciclagem
EconomiadeEnergia
Economia deMatéria Prima
Economia de Recursos Hídricos
Economia de Custos Ambientais
POSSÍVEL
5.835,9
=
1.273,3
-1.273,3
-382,0
1.338,9
4.170,7
704,0
4,5
OBTIDA
1.191,6
=
363,3
-363,3
-109,0
340,3
735,6
223,9
0,8
PERDIDA
4.644,5
=
744,4
-744,4
-273,0
998,6
3.435,1
480,1
3,7
Fonte: Sabetai Calderoni, "Os Bilhões Perdidos no Lixo", Ed. Humanitas, 1997, Capítulo 15, Quadro 15.18, Quadro 15.19 e Quadro 15.20, pp. 284 a 286.
Desse quadro depreende-se que a economia possível através da reciclagem do lixo no Brasil pode ser estimada em, ao menos, R$ 5,8 bilhões. Deste total, foi obtida economia de R$ 1,2 bilhões, tendo sido perdidos, pela não reciclagem, R$ 4,6 bilhões.A economia de matéria-prima constitui o principal fator de economia, respondendo por 71% do total possível e 62% do obtido através da reciclagem. O segundo fator em valor é a economia de energia elétrica, contribuindo com 23% do total possível e 29% do obtido.O papel é o reciclável de maior peso, seja na economia possível (38%), seja na obtida (60%), ou na perdida (33%). Segue-se o plástico, cuja contribuição alcança 57% da economia possível e 33% da obtida. Essas variações entre o papel e o plástico devem-se, em grande parte, ao maior índice de reciclagem alcançada pelo primeiro.O maior item singular de economia possível é a matéria-prima do plástico; no que se refere à economia obtida, a economia de matéria-prima e de energia proporcionadas pela reciclagem do papel são os itens de maior expressão.Deve-se lembrar, contudo, que neste estudo a medida da economia de água e da redução dos custos ambientais não chegou a abranger a totalidade dos ganhos efetivamente alcançados, nem foram calculados para o Brasil os custos evitados pelas Prefeituras, dada a indisponibilidade das informações requeridas.Cumpre enfatizar que os resultados ora apresentados constituem apenas uma ordem de grandeza, subestimada, dos ganhos que a reciclagem do lixo pode proporcionar sob o ponto de vista do conjunto da sociedade.Tendo em vista esses dados, para se ter uma idéia mais completa da questão, vale a pena resumir as principais conclusões desse trabalho e oferecer uma visão de conjunto dos resultados mais importantes que as informações coligidas e as análises realizadas permitiram alcançar:
A COLETA SELETIVA, NO CONTEXTO DO PROCESSO DE RECICLAGEM DO LIXO, É ECONOMICAMENTE VIÁVEL NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO E NO BRASIL. NÃO RECICLAR SIGNIFICA DEIXAR DE AUFERIR RENDIMENTOS DA ORDEM DE BILHÕES DE REAIS TODOS OS ANOS.
A cada tonelada de lixo domiciliar (reciclável) que se deixa de reciclar no município de São Paulo, deixa-se de auferir um ganho da ordem de R$ 712. No total, estima-se que a perda anual seja de R$ 791 milhões (para as 1.112 mil t/ano de recicláveis descarregados nos Aterros Sanitários). No Brasil, deixa-se de obter cerca de R$ 4,6 bilhões anuais pela parte do lixo domiciliar que não é reciclada .
A COLETA SELETIVA PODERIA SER PRATICADA NO MUNICÍPIO, COM GRANDE PROVEITO PARA TODOS OS AGENTES.
O mercado de recicláveis pode auferir cerca de R$ 135 por tonelada, valor com o qual são já remunerados todos os sucateiros, carrinheiros e catadores e também são cobertos todos os gastos com transporte, armazenagem e processamento dos recicláveis. Os custos que a reciclagem evita para a Prefeitura com a coleta, transporte, transbordo e disposição final do lixo são de quase R$ 50 por tonelada. A coleta seletiva permitiria a obtenção de produtos recicláveis com menor grau de impurezas, o que elevaria o seu valor de mercado. Para implementá-la, a Prefeitura precisaria organizar-se com grau de eficiência semelhante ao vigente no mercado, ou poderia, alternativamente, terceirizar os serviços .
O PAPEL DESEMPENHADO PELO ESTADO, COM RELAÇÃO À COLETA SELETIVA E A TODO O PROCESSO DE RECICLAGEM É DE AUSÊNCIA E OMISSÃO, NAS TRÊS ESFERAS DE PODER
Observou-se que a reciclagem do lixo não vem sendo contemplada por nenhuma das três esferas de poder enquanto objeto de políticas públicas. A causa pode estar na falta de informação técnica, na pressão das demais questões que pesam sobre a agenda política, nas dificuldades de aparelhamento administrativo e, sobretudo, na ausência de pressão por parte dos segmentos interessados na manutenção do status quo. A conseqüência é que o governo está deixando de estimular atividade de grande potencial para a promoção do desenvolvimento, em termos de geração de renda, emprego , equilíbrio ambiental e qualidade de vida da população como um todo. Impõe-se, nesse sentido, a urgente instituição de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, articulada a políticas estaduais e municipais correspondentes.
A RECICLAGEM DO LIXO CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, EM ESPECIAL PARA O DESENVOLVIMENTO ECONOMICAMENTE SUSTENTÁVEL
Os fatores que tornam a reciclagem do lixo economicamente viável convergem, todos eles, para a proteção ambiental e a sustentabilidade do desenvolvimento, pois referem-se à economia de energia, à economia de matérias-primas, à economia de água e à redução da poluição do subsolo, do solo, da água e do ar. E convergem também para a promoção de uma forma de desenvolvimento economicamente sustentável e socialmente sustentável, pois envolvem ganhos econômicos para a sociedade como um todo.
RECOMENDA-SE A ADOÇÃO DE ABORDAGEM MACROECONÔMICA E MACROESPACIAL PARA A AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA RECICLAGEM DO LIXO.
A literatura referente à avaliação da viabilidade econômica da reciclagem tem sido desenvolvida seguindo uma abordagem microeconômica. Ao mesmo tempo, os geógrafos têm se inclinado por abordagens de cunho intra-urbano, ou quando muito urbano. Embora tais abordagens sejam necessárias, recomenda-se, no presente estudo, a adoção de um enfoque macroeconômico e macroespacial, de sorte a poderem-se dele derivar resultados e aplicações como os ora sugeridos.
*Sabetai Calderoni é Doutor em Ciências pela USP (FFLCH), pós-graduado em Planejamento pela Universidade de Edimburgo (Grã-Bretanha) e autor do livro "Os Bilhões Perdidos no Lixo" (Ed. Humanitas, 1999, 3ª ed.).

DESCATAVEL

A introdução da embalagem de PET no Brasil, em 08.08.1988, além de trazer as indiscutíveis vantagens ao consumidor, trouxe também o desafio de sua reciclagem, que nos fez despertar para a questão do tratamento das 200 mil toneladas de lixo descartadas diariamente em todo Brasil. O polímero de PET é um poliéster, um dos plásticos mais reciclados em todo o mundo devido a sua extensa gama de aplicações: Fibras têxteis, tapetes, carpetes, não-tecidos, embalagens, filmes, fitas, cordas, compostos, etc.A embalagem de PET quando reciclada tem inúmeras vantagens sobre outras embalagens do ponto vista da energia consumida, consumo de água, impacto ambiental, benefícios sociais, entre outros. Porque a taxa de reciclagem de PET no Brasil ainda é da ordem de 20%? A reciclagem de qualquer material pode ser dividida em: Coleta/Seleção, Revalorização e Transformação. A etapa de transformação utiliza o material revalorizado e o transforma em outro produto vendável, o produto reciclado. A etapa de revalorização realiza a descontaminação e adequação do material coletado e selecionado para que possa ser utilizado como matéria prima na indústria de transformação. A etapa de Coleta/Seleção é que representa o grande desafio da reciclagem do PET pós-consumo. Milhões de dólares são gastos em logística, distribuição e marketing para que no final das contas, nós consumidores compremos produtos embalados em PET e levemos até nossas casas. Nós fazemos a última etapa da distribuição levando-os dos supermercados e lojas até nossas casas. Somente nas regiões metropolitanas do Brasil são 15 milhões de domicílios, 50 milhões de pessoas e 6 bilhões de embalagens de PET todo ano. O correto equacionamento da logística reversa das embalagens pós-consumo é que vai viabilizar a reciclagem de diversos materiais inclusive o PET. A logística reversa é o processo pelo qual o material reciclável será coletado, selecionado e entregue na indústria de revalorização. Estas discussões acabam num empasse de quem é que paga a conta de logística reversa? A indústria de embalagens, a indústria dos produtos embalados, a prefeitura? Somos nós, eu, você e toda a sociedade seja como contribuinte ou seja como consumidor. Hoje pagamos uma conta maior por não termos uma logística reversa adequada, como é provado nos países como EUA, Austrália, Japão e toda Europa. Conforme estudos realizados na USP o Brasil deixa de economizar 6 Bilhões de dólares/ano por não reciclar os materiais presentes nas 200 mil toneladas de lixo gerados todos os dias. Ainda não estão contabilizados os custos de danos ambientais e sociais. Urgente é a elaboração de uma política nacional de resíduos sólidos, as ações estaduais e municipais para viabilização da logística reversa e o fortalecimento da indústria de reciclagem no Brasil.A REPET Reciclagem de Termoplásticos , com duas unidade em Mauá-SP e João Pessoa - PA revalorizam 1200 ton/mês de garrafas de PET ou 24 milhões de garrafas de PET/mês que deixam de ser lançadas no meio ambiente. O polímero revalorizado produzido nas unidades da REPET, na forma de flakes e granulados são transformados em fibras têxteis pela UNNAFIBRAS TÊXTIL localizada em Santo André - SP.

DESTINO DO LIXO

Ao mesmo tempo em que cresce o volume de lixo produzido, resultante de um incontrolável aumento do consumo, são cada vez mais caras, mais raras e mais distantes as alternativas tradicionais disponíveis para sua disposição final.As prefeituras mal conseguem arcar com os imensos custos envolvidos e a poluição ambiental não pára de crescer.A reciclagem do lixo, para muitos, viria apenas agravar a já precária situação econômica das prefeituras. Para outros, representa forma ambientalmente saudável de resgate de imensa riqueza.Mas, afinal, a reciclagem do lixo é ou não economicamente viável? Viável para quem? Em que medida?Este livro procura responder a tais questões, tomando como objeto o município de São Paulo, e o Brasil, em uma abordagem interdisciplinar que contempla, sobretudo, aspectos ligados à ciência ambiental à geografia, à economia e à ciência política.São focalizados os seguintes materiais recicláveis presentes no lixo domiciliar: lata de alumínio, vidro, papel, plástico e lata de aço.O ponto de vista adotado para a mensuração dessa viabilidade é o do conjunto da sociedade e também o de agentes específicos que participam desses processos (Prefeitura, Governos, Federal e Estadual, Industrias, Sucateiros, Carrinheiros e Catadores de lixo).
Os bilhões perdidos no lixoEsta entrando na sua quarta edição e já é considerado obrigatório para que pretende trabalhar com reciclagem
O trabalho contempla a dimensão política do fenômeno em estudo, pela mensuração dos ganhos atribuídos a cada um desses agentes.Os resultados do amplo levantamento empírico conduzido, para aplicação da abordagem teórico- metodológica proposta, apontam para um imenso desperdício: são perdidos bilhões de dólares, todos os anos, pela não reciclagem do lixo no município de São Paulo e no Brasil como um todo.
Sabetai Calderoni

Pety a vilã

Qual é a origem do nome "Gari"?
O Sr. Aleixo Gary, de origem francesa, no dia 10/10/1876, assinou contrato com o Ministério dos Negócios do Império para executar os serviços de limpeza da cidade do Rio de Janeiro. A repercussão do seu trabalho logo se espalhou por todo o Império e, desde então, os operários da limpeza pública passaram a ser conhecidos por "garis", profissionais fundamentais na manutenção da qualidade de vida das cidades.

PET: Porque ela virou a grande vilã do Meio Ambiente?
Máquina que paga para triturar vasilhames vira arma contra um tipo de lixo que emporcalhou praias e mangues do Rio
Foi no Rio, mas poderia ter sido em São Paulo, Recife, Porto Alegre. Depois de uma forte tempestade na semana passada, vários pontos da cidade exibiam um aspecto sombrio da vida moderna: o lixo das garrafas plásticas descartáveis. Elas estavam por toda parte. Emporcalharam praias e mangues, entupiram bueiros, provocaram inundações. Enquanto isso, em um supermercado na cidade, dezenas de cariocas experimentavam uma das melhores novidades no combate ao problema: uma máquina que recebe e tritura as garrafas para a reciclagem, e dá, em troca, vale compras de R$0,01 por unidade. Ou seja: elimina o lixo e ainda paga por isso, graças a uma parceria entre a rede de supermercados Extra, a fabricante de bebidas Ambev e a empresa de reciclagem Latasa. O modelo, instalado no Rio no início de junho, já existe em São Paulo desde janeiro e, em breve. Será implantado em outras cidades. Na capital paulista, em cinco meses, 40 máquinas recolheram 1,5 milhão de garrafas plásticas. Mas ainda é muito pouco em relação à quantidade que vai para o lixo. Só no ano passado, foram vendidos no Brasil 5,7 bilhões de refrigerantes em embalagens PET, como são chamadas essas garrafas, o equivalente a 33 unidades por brasileiro. No mesmo período, apenas 1,5 bilhão de vasilhames vazios passaram por algum processo de reciclagem. Fazendo as contas, constata-se que, em 2000, cada brasileiro jogou por aí, em aterros sanitários ou simplesmente por aí, 24 garrafas plásticas como as que a natureza cuspiu de volta no Rio, na semana passada.
* FONTE: Revista TUDO (que eu quero) - edição 23 - 8/julho/2001 - pág. 46

Reciclagem atrai novos empreendimentos
Cadernos, bancos de automóvel, conduites, capachos e camisetas. O que esses produtos, aparentemente tão diferentes, podem ter em comum? Todos, sem exceção, são feitos de materiais recicláveis, com aparas de papel, embalagens longa vida, fibras vegetais, plásticos e pneus pós-consumo. Empresas localizadas nos quatro cantos do País, tendo, em média, entre três e sete anos de existência, são as protagonistas dessa "alquimia" que transformam "lixo" em matéria-prima que, por sua vez, dá origem a incontáveis produtos. Hoje, é grande a gama de items disponibilizados ao consumidor final, suprindo necessidades que vão da casa ao ambiente de trabalho. Em razão de sua qualidade, visual caprichado e preço competitivo, os reciclados brasileiros disputam mercado de igual para igual, com produtos assemelhados, mas confeccionados com matéria-prima virgem. O consumidor, cada vez mais informado dos benefícios ambientais e sociais da reciclagem, não pestaneja na hora da compra: prefere sempre o reciclado. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o fenômeno é ainda mais intenso. A indústria da reciclagem além de conquistar dia-a-dia um número crescente de clientes, já é considerada atividade estratégica para a geração de novos empregos. Os reciclados invadem a indústria automobilística, moveleira, da moda, de materiais para a construção civil, de utilidades domésticas, entre outros.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

A automação no processo produtivo

A automação no processo produtivo:
desafios e perspectivas
Bruciapaglia, A. H., Farines, J.-M.; e Cury, J. E. R.
Departamento de Automação e Sistemas
Universidade Federal de Santa Catarina
1. Introdução:
A automação dos processos industriais é vista por economistas, dirigentes de
empresas e pela sociedade, como meio importante para a construção e consolidação
do processo de modernização do parque industrial brasileiro. O contexto de
globalização e competitividade crescente e as mudanças sociais decorrentes têm
exercido forte influência no sentido da aceleração do processo de automação do setor
industrial. Desenha-se, ainda, no alvorecer do século XXI, o advento de uma economia
baseada em conhecimento, onde, para ser competitiva, a nação deverá ser capaz de
gerar o seu próprio conhecimento, a sua própria tecnologia.
Neste artigo, considerando a nossa visão do processo de modernização do setor
industrial no Brasil, discutiremos alguns dos desafios que se apresentam e caminhos
para enfrentá-los, defendendo a tese de ser necessário ao país um choque de boa
engenharia de automação.
2. Desafios da automação no Brasil
Para a evolução do processo de modernização centrado na automação,
apresentam-se ao país vários desafios relevantes, não apenas tecnológicos e
organizacionais mas também sociais.
O processo de automação crescente no qual a indústria nacional está envolvida
diferencia-se segundo os setores e tamanho das empresas. Em alguns setores e
empresas opta-se pela compra de equipamentos e sistemas inteiramente
automatizados, "key-on-hands", freqüentemente adquiridos no exterior. Estes se
configuram muitas vezes como soluções tecnológicas ultrapassadas, não
completamente apropriadas, e de manutenção e evolução dependentes do fornecedor
da tecnologia. Em outros setores e empresas, o nível de automação encontra-se
reduzido à utilização localizada de informatização, instrumentação, máquinas
automatizadas, robôs, sistemas CAD/CAM etc. Por fim, há empresas que apresentam
diferentes níveis de integração de alguns destes elementos ou de organização do
sistema de informação. Este contexto apresenta desafios distintos para o planejamento
e implementação de soluções para os problemas de automação, cabendo ressaltar que
uma abordagem incremental sem uma visão global destes não leva de forma natural e
obrigatória a soluções otimizadas.
· Com que instrumentos metodológicos enfrentar o problema da modernização
de plantas industriais em diferentes níveis de automatização com a garantia
de eficiência na melhoria do processo produtivo?
Por outro lado, algumas indústrias produtoras de equipamentos e fornecedoras de
serviços e consultorias na área, encontram-se, apesar de um certo atraso devido a
políticas industriais inadequadas, numa situação de amplo crescimento e, em certos
casos, a um nível tecnológico que lhes permite competir internacionalmente.
· Como aumentar o nível de competência técnica atingido pelas empresas de
engenharia, acompanhando os avanços tecnológicos mundiais e promover o
desenvolvimento de novas empresas no setor?
Um sistema de automação é o resultado de uma organização complexa onde
intervêm pessoas, equipamentos, materiais, e atividades. Cada elemento tem seus
próprios conhecimentos técnicos, recursos e informações e a integração destes, em
todos os níveis, técnicos e sociais, é a chave do sucesso. Na integração da informação
encontram-se vários desafios tecnológicos devidos à complexidade e à especificidade
desta questão caracterizada por: grande número de elementos com níveis diversos de
autonomia, distribuição, inteligência e acoplamento; grande diversidade de técnicas e
visões do problema; exigências de comportamento preciso e robusto com tempos de
resposta críticos; e restrições cada vez mais severas do ponto de vista humano,
ambiental e de segurança. Além do mais, automação não se resume apenas à solução
de problemas tecnológicos e de integração mas envolve desafios ainda maiores em
termos organizacionais, sociais e educacionais.
· Como levar em conta simultaneamente as questões tecnológicas,
organizacionais e sociais? De que forma, com que metodologias e
ferramentas, encontrar soluções que permitam atender as exigências de
produtividade e flexibilidade e, ao mesmo tempo, responder efetivamente às
restrições que impõem o meio ambiente, a segurança e o respeito ao ser
humano?
O substrato sobre o qual o processo de automação vem sendo construído tem
origem, principalmente, numa formação - não adaptada à dinâmica imposta pela rápida
evolução tecnológica - baseada em conhecimentos técnicos transmitidos em disciplinas
de graduação e pós-graduação de cursos das engenharias tradicionais, sem o caráter
multidisciplinar e integrador que o processo necessita. Assim, a automação, entendida
nas diversas formas anteriores, ocorre muitas vezes num contexto onde a indústria
usuária, e seus engenheiros, apresentam grandes lacunas de formação para
planejamento, operação, manutenção e otimização dos sistemas automatizados, sendo
obrigados a adquirir a capacitação necessária ao processo de automação ao mesmo
tempo em que ele acontece.
· Como suprir a necessidade de uma mão de obra especializada, criativa,
conhecedora das novas tecnologias e adaptada a uma evolução tecnológica
rápida?
Por sua vez, a pesquisa na área de automação industrial encontra-se
disseminada em vários centros, laboratórios e departamentos universitários,
financiados pelo governo, muitas vezes em contato com a indústria nacional.
Entretanto, a atuação conjunta manifesta-se em geral através da resolução de
problemas pontuais e específicos de engenharia e pouco na questão fundamental da
integração e na pesquisa propriamente dita.
Considerando as necessidades da indústria nacional, a complexidade e a
diversidade dos problemas, os desafios em vários domínios e a perspectiva de uma
estreita colaboração entre indústrias e universidades sobre problemas concretos,
descortina-se um conjunto de oportunidades que favorecem a evolução dos
conhecimentos nesta área.
· Como podem os diferentes atores (Governo, Empresas e Universidades)
enfrentar os desafios anteriores para que o processo de automação se torne
o mais eficiente possível e para garantir a evolução na produção de novos
conhecimentos?
3. Caminhos e perspectivas
A melhoria do processo de automação em curso no país requer a soma de
esforços no sentido de: adotar-se abordagens metodológicas que priorizem
muldisciplinaridade e integração; definir-se uma política científica geral e de automação
em particular, garantindo os meios de sustentá-la; promover-se a capacitação de
profissionais com visão sistêmica.
Abordagens metodológicas para o processo de automação
Seja qual for o nível em que o processo de automação de uma empresa se
encontre, os diversos aspectos que nele intervêm (aos tecnológicos somam-se os
organizacionais e sociais, aumentando a complexidade) condicionam a sua abordagem
com visão multidisciplinar. Equipes de projeto devem ser capazes de trabalhar além
das fronteiras específicas das disciplinas envolvidas e identificar a combinação
adequada de tecnologias que fornecerá a solução otimizada ao problema.
Neste contexto, as dificuldades de integração e cooperação entre os diversos
elementos presentes no sistema a automatizar permitem evidenciar que a solução dos
problemas tecnológicos da automação não pode resultar da simples justaposição de
técnicas e metodologias, mas justificam o enfoque do problema como um todo. O
processo de automação requer uma abordagem integrada na seleção de meios para
resolver seus problemas de planejamento, implantação e otimização.
Um sistema industrial, independentemente do setor ao qual pertença, pode ser
visto como um sistema dinâmico de grande porte, caracterizado pela existência de
problemas que envolvem a tomada de decisão e ações de controle em diferentes níveis
hierárquicos. Consideramos como ponto de partida a capacidade de construir modelos
que permitam a representação desses problemas para seu posterior tratamento. Os
modelos devem: contemplar as diversas visões abstratas do sistema nos seus vários
níveis hierárquicos; ser consistentes na sua diversidade; ser adequados aos problemas
específicos e ao tipo de variáveis envolvidas. Em suma, o desenvolvimento de uma
visão sistêmica aprofundada é fundamental para a criação e utilização de metodologias
e ferramentas que permitam a análise de comportamento e desempenho do sistema
automatizado e o projeto de soluções otimizadas e seguras para este.
Um "Sistema de Ciência"
Segundo relatório da OCDE [OCDE 96] o Sistema de Ciência de uma nação, cujo
núcleo básico é constituído pelos laboratórios de pesquisa e instituições educacionais
públicos, tem um papel cada vez mais importante na nova economia baseada em
conhecimento. Com efeito, a sua missão envolve: a produção de conhecimento,
desenvolvendo e gerando novos conhecimentos; a transmissão do conhecimento,
difundido-o através da formação de profissionais e da educação do ser humano e a
transferencia do conhecimento, através do fornecimento de soluções para problemas
reais.
Cabe ao governo o papel de assegurar e subsidiar a criação de ciência para o
bem-estar social. Entretanto, como potencial beneficiário dos resultados da produção
de novos conhecimentos, é necessário que o setor privado some esforços investindo
em pesquisa. Como em outros setores estratégicos, no caso da automação, a definição
de uma política científica pelo Estado e a obtenção de subsídios públicos e privados
para desenvolve-la, tornam-se indispensáveis, sob pena de dependência e de
estagnação do processo de modernização do setor industrial. A falta de investimento
em produção de ciência torna insustentável a médio e longo prazos a participação
efetiva numa economia baseada em conhecimento.
Também, na economia baseada em conhecimento, a aprendizagem se torna
extremamente importante, tanto para os indivíduos quanto para empresas ou nações. A
formação e o treinamento de um número crescente de cientistas e engenheiros é
crucial e se constitui num desafio para o futuro, tornando, portanto, necessária a
existência e manutenção de pesquisa nas universidades, laboratórios e indústrias.
Entretanto, apesar da demanda crescente, os recursos diminuem pondo em perigo a
função de transmissão de conhecimentos e a formação dos futuros profissionais.
A transmissão e disseminação do conhecimento é nesta nova economia tão
importante quanto a sua produção, sendo imprescindível a existência de redes de
distribuição de conhecimento, de sistemas nacionais de inovação e de colaboração
universidade/indústria. Um equilíbrio tem que ser encontrado entre a necessidade para
os cientistas de gerar conhecimento novo a partir das suas próprias idéias e a de
enfrentar os desafios apresentados pelo mundo industrial que, muitas vezes na história,
tornaram-se fontes de importantes desenvolvimentos científicos. A melhoria das
relações universidade-empresa, que pode se dar em cima de questões concretas, é o
caminho a trilhar para atingir este equilíbrio e avançar no sentido da maior
competitividade do setor industrial.
Uma formação em automação
Um dos requisitos indispensáveis para a automatização do setor industrial,
detendo o controle do conhecimento e do processo, reside na melhoria da capacitação
dos seus profissionais nas novas técnicas de automação e integração através de
cursos de graduação, pós-graduação e reciclagem, baseados numa visão
multidisciplinar da área. Na graduação, o recente estabelecimento de uma habilitação
de Engenharia de Controle e Automação ([Res. 427/CONFEA/99], [Port. 1694MEC/94])
e a criação de vários cursos em importantes universidades do país (UFMG, UFSC,
UNICAMP, USP [H-P]) vai neste sentido.
Estes cursos contêm os ingredientes para pensamento e prática diferenciados
dos encontrados nas engenharias tradicionais. A aprendizagem das metodologias e
modelos que servem de base para a integração dos diversos aspectos do problema,
são a sua característica principal. Esta formação, que envolve, ainda, a aquisição de
conhecimentos em diversas áreas (elétrica, mecânica, química, informática) permite ao
novo engenheiro integrar-se com facilidade em equipes multidisciplinares envolvidas
em projetos de automação, aportando a visão integradora adquirida no curso e as
metodologias e ferramentas para abordar o problema em todos seus aspectos.
Neste processo de formação, a participação ativa do setor industrial é altamente
desejável para o desenvolvimento dos cursos. Essa participação pode se dar nos
processos de avaliação dos cursos, na redefinição e adequação dos seus currículos,
na construção de novos e modernos laboratórios para atividades de ensino e pesquisa
e na oferta de oportunidades de estágio e de projetos que permitam ao estudante testar
suas habilidades e treinar as técnicas e aptidões ensinadas.
4. Conclusão
A automação encontra-se hoje no centro do processo de modernização da
economia brasileira. A resposta aos desafios para uma automação bem sucedida
encontra-se na conjunção dos importantes fatores a seguir: o uso de abordagens
metodológicas que considerem, simultaneamente, os aspectos tecnológicos,
organizacionais e sociais do problema; a definição e implantação de uma política
científica na qual Governo, Indústria e Universidade participem efetivamente, nos seus
respectivos papeis; e a formação em automação orientada a uma nova atitude do
engenheiro, mais criativa e com as habilidades necessárias em termos de
multidisciplinaridade e integração.
5. Referências:
[OCDE 96] "The Knowledge-Based Economy", Organization for Economic Cooperation
and Development. Paris 1996, OCDE/GD (96) 102.
[Res. 427/CONFEA/99] RESOLUÇÃO Nº 427 - de 05/03/ 1999: Discrimina as
atividades profissionais do Engenheiro de Controle e Automação.
[Port. 1694MEC/94] Portaria 1694, de 5 de Dezembro de 1994, D.O.U., 12/12/94.
[H-P] http://www.mcca.ep.usp.br/grad/mecatr.html; http://www.das.ufsc.br/;
http://www.convest.unicamp.br/cursos/ecauto.html;
http://www.controle.eng.ufmg.br